Isto é polêmico em congressos e mesas de debate pelo mundo afora.
Na verdade, essecialmente falando, design não é arte. A palavra é traduzida aproximadamente como "projetar". Design é o processo de desenvolvimento de um produto (que pode ser uma capa de livro, de cd, uma cadeira, uma parede, qualquer coisa...), com o objetivo de deixá-lo exatamente com as características necessárias (pode ser "leve", "robusto", "bonito", "saudável", etc.).
Por exemplo, um ótimo exemplo de design é a cadeira de praia, aquela em que o tecido fica preso por um bastão de madeira: é prático, fácil de tirar e de colocar. Antes, o tecido era preso na madeira com pregos, que rasgavam o tecido. Alguém vai dizer que uma cadeira de praia comum é arte?
É claro que em diversos produtos existe o senso artístico do designer (em mobiliário, por exemplo: cadeiras com formato exótico). Mas a diferença essencial entre o design e a arte está na finalidade. A arte é a expressão do artista, é visão que ele tem do mundo. O artista (teoricamente) não tem compromisso com mercado. Já o designer possui esse compromisso: ele é pago para desenvolver um produto e este tem que atender aos anseios. Uma cadeira equilibrada fragilmente pode ser um objeto de arte. Jamais um objeto de design.
Essa visão estereotipada do design como uma arte acaba comprometendo o desempenho da função no Brasil. A esmagadora maioria das pessoas acha que ele é coisa para produtos de luxo, não percebendo que a cada vez que você consegue abrir uma caixa sem esforço, aí tem o dedo do "bom design". Poucas empresas contratam designers para elaboração de produtos, por acharem supérfluo. E não é.
O design precisa ser aceito e compreendido. A arte não.